A primeira coisa que me vem a cabeça quando penso em Stregheria Italiana é justamente na ancestralidade. Nas antigas lareiras que simbolizavam o clã. Ponto focal da vida pagã. Onde as famílias passavam um longo tempo em torno dela (AVE HÉSTIA). Daí penso no lar em si e nos espíritos ancestrais que protegem e preservam as nossas linhagens familiares. O lar é a ponte que nos liga a eles. Mas não a casa física…. e sim o lar como sentimento de estar em casa, com aqueles que amamos.
Dai vieram os Larariuns, aquele cantinho onde reunimos elementos dos nossos ancestrais para prestar-lhes culto. Andei pesquisando umas coisinhas bacanudas sobre a sistematização de um Lararium… E uma delas que eu achei que pode ser um bom ponto de partida foi um dos legados mais automáticos que todos nós carregamos conosco, dos nossos antepassados e que, nem sempre nos damos conta da força que ele tem: OS SOBRENOMES!
Eu sei que houve um tempo que seu sobrenome dizia muito mais sobre você do que sua própria personalidade, sentimentos e opiniões. Também não penso que seja pra tanto! Apenas achei que pesquisar sobre essa oficialização do meu “ser da família”, seria uma maneira de honrá-los exatamente pelo o que somos.
No meu caso tenho sobrenomes que derivam de nomes de árvores. Porque, como a maioria dos não imigrantes e mestiços brasileiros, descendente dos nossos colonizadores, de duas uma: ou somos descendentes de judeus que, ao chegar no Brasil, adotaram nome de árvores como Cristãos-Novos… ou, temos uma descendência direta de portugueses, já que era costume dar a seus filhos como sobrenome o nome da vila em que nasceram, que geralmente tinham o nome das árvores em abundância no local {que, no meu caso, acredito ser o mais provável}
Quase como se fossse uma descendência portuguesa que conversa muito com a minha natureza cabocla, ou mameluco, que vem da miscigenação da raça branca com a indígena. Assim, gosto de uma linda história que dizia que, em um passado muito remoto, quando as mulheres europeias eram obrigadas a trabalhar no campo para ajudar seus maridos, muitas delas trabalhavam até o ultimo momento de sua gravidez. Assim muitas vinham a ter o filho embaixo de uma árvore, e como homenagem, colocavam como sobrenome o nome da árvore onde pariu. Daí ter tantos sobrenomes de árvores… tanto de origem portuguesa quanto italiana.
Seja como for, esse passeio histórico me fez resgatar algumas coisas das origens dessas duas famílias!
PEREIRA: Sobrenome português classificado como sendo do tipo toponímico, ou seja de origem geográfica, neste caso, onde há pêras ou pereiras. Os primitivos Pereiras estavam ligados à casa de Bragança, em Portugal. A origem mais remota da família provém do conde de Forjaz Bermudez, sobrinho neto de Desidério, o último rei dos longobardos, da Itália. No Brasil, o primeiro Pereira foi o donatário Francisco Pereira Coutinho, assassinado brutalmente pelos índios tupinambás em Itaparica, em 1549.
CARVALHO: Sobrenome de origem portuguesa, classificado como sendo um toponímico, pois também tem origem geográfica Existem registros deste sobrenome em Portugal desde o século XII. Em documentos antigos foi registrado como Carvalio. O primeiro indivíduo que se destacou dos demais através do uso deste nome deve ter sido uma pessoa que residia próximo às famosas serras do Carvalho. A origem mais remota da família foi fundada por D. Bartolomeu Domingues, Concelho de Penacova, pai de D. Soeiro Gomes de Carvalho.
Por fim, agora que sou casada, resgato um pouco da ancestralidade que ganhei ao receber do meu esposo sua família:
ALMEIDA: sobrenome Almeida que está muito espalhado em Portugal, não sendo possível determinar a origem de todos que o usam.Mas é sabido que Almeida é um nome árabe composto de 2 palavras: al = significa o, a, os, as / majíd = significa glorioso
Almajíd, que ao longo do tempo, evoluiu para Almaída, Almaida e Almeida.