2) Primeiros passos

  • O melhor dia devotivo para prestar culto a Hécate é às segundas-feiras. Se não for possível, guarde os primeiros dias de lua nova ou de trânsitos lunares.
  • Tem quem indique lhe prestar culto apenas a noite. Eu discordo. Acho que qualquer dedicação deve ser feita dentro da disponibilidade do fiel. Se for para indicar um horário, a partir das 18h até às 22h é meu período preferido. Mas é relativo. O importante é o contexto e o melhor momento de entrega e devoção.
  • De modo geral, muitas são as deidades que compartilham com Hécate os domínios das encruzilhadas, das almas, dos cemitérios… dentre outros. E, se pensarmos nesses domínios, aprendendo com essas deidades sobre o que elas podem “revelar” sobre seus cultos… Assim, aprendi que o ideal – energeticamente falando – é reservar um espaço, fora de casa, para acender velas a Hécate. Seja num quintal, sacada, lavanderia, área de serviço… No limite, no beiral da porta da entrada de casa (ou portão).
  • Da mesma forma, o que for reservar para ser de uso no culto da deusa, sugiro que não misture com as irradiações de nenhuma outra divindade. O mesmo vale para o local de guardar amuletos e utensílios que seja dedicados a Ela. Lembre-se que  Hécate é uma deusa de trânsito, que irradia uma faixa de padrão vibratória muito densa. Não é bom misturar essa vibração com energias tão distintas.
  • Cores de vela para Hécate também é muito controverso. Uns dão roxo, preto, prata… Não quer errar? Dê branco. Velas brancas estão desde os batizados, casamento,  até – e principalmente – nos velários dedicados às almas e em velórios, em torno do caixão. Logo, marcam o nascimento, a maternidade e até o envelhecer e o perecer de todo ser humano. Sem falar que velas brancas ajudam a encaminhar tanto os que já se foram, como também são fundamentais na firmeza de anjo de guarda, guardiões, gentios, daimon (dependendo da sua devoção).

Por fim, não deixe de colocar ao lado das velas para Ela, um copo de água comum (em qualquer tipo de copo), apenas para fluidificar. Água é condutora universal e, se por ventura, alguma alma tiver perambulando seu ambiente familiar (atraída pelos domínios da Trívia, que também é conhecida como Rainha das Almas e Fantasmas), o copo de água vai ajudar a fluidificar suas orações, resguardar suas energias, de modo a preservar você e os seus de qualquer tipo de interferência astral. Quando a vela acabar, é só jogar os restos fora em lixo comum e a água na pia, normalmente. Sem ritualísticas tolas e desnecessárias.
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4 responses to “2) Primeiros passos

  • Gustavo

    Olá Carol, no meu primeiro comentário eu elogiei seus textos que são ótimos e coloquei em pauta a minha opinião unicamente sobre esse trecho: “Quando a vela acabar, é só jogar os restos fora em lixo comum e a água na pia, normalmente. Sem ritualísticas tolas e desnecessárias.” Não sou um adepto extremista de reaproveitamento Mágico nem militante online contra fome mundial rs’. Eu sou adepto de ritualística para DESCARTAR algumas das “coisas” utilizadas em Rituais, no caso não acho tolo nem desnecessário sempre enterrar ou depositar na natureza os resíduos adequados para isso, pelo contrário acho um cuidado e um respeito Ritual. Quando eu(qualquer pessoa) tenho esses cuidados e acredito neles leio no seu blog “Quando a vela acabar, é só jogar os restos fora em lixo comum e a água na pia, normalmente. Sem ritualísticas tolas e desnecessárias.” não me sinto muito confortado pelo texto.
    Tentei aconselhar no primeiro comentário que revesse o seu conceito PESSOAL de descarte de resido de ofertas ( oque não é obrigação nenhuma claro :D), ou pelo menos rever o modo de informa-lo já que posta ele com intenção informativa para um publico leitor que tbm tem conceitos PESSOAIS. Muito obrigado por levar em consideração o meu comentário fiquei muito feliz em ver que vc me respondeu 😀 volto a afirmar que gostei do seu texto e gosto do seu blog! Tudo de bom

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    • Carol Carvalho

      Oi Gustavo, por favor, não agradeça por nada! No mundo de uma vivência virtual e até mesmo material, real, a sincera troca de idéias e o respeito mútuo aos pontos contrários estão cada vez mais RAAARO!!!! Prezo muito o íntegro espaço do diálogo, em todos os setores da minha vida, por entender que só assim somos capaz de amadurecer e enriquecer nossos conceitos e aprendizagens.

      Agora, considerando melhor seu ponto de vista, cheguei a conclusão que SIM, por um lado, você tem toda razão. O que se refere ao “rito após o rito”, no cuidado com o descarte residual de uma dedicação sagrada.

      PORÉM, agora sim eu estou convencida que, especificamente para a proposta deste post, que aborda apenas “os primeiros passos”, penso que um descarte simples, sem ritualístas “tolas” (acho que posso melhorar essa palavra!) e que, para esse tipo de primeiro contato com a faixa vibratória de Hécate (que por si só já é uma energia densa!), creio sim ser mesmo desnecessário (e muito complicado) e mais recomendado, por hora.

      Hécate por si só entra em sintonia com as energias densas do plano ctônico, de morte e vida, do levar aos nossos limites, de trânsito e intensa movimentação, instáveis e pesadas, além de toda irradiação com o mistério próprio do ocultismo e daqueles seres que estão entre mundos, preambulando desorientados no chamado “caminho do meio”…. Em suma: o manuseio das energias inerente a Hécate já nos exige muito, em termos de equilíbrio mental e espiritual. Portanto, para quem quiser se lançar nesse tipo de dedicação, acredito eu que é necessário vivê-lo por partes, degrau por degrau. Começar pelo “início”, com o foco e o objetivo restrito ao primeiros passos da dedicação, sem se preocupar – pelo menos nesse momento – com o descarte.

      Mas, como concordo com você, que essa etapa é tão importante quanto a inicial, irei acrescentar um novo link para tratar – digamos – um segundo passo, para abordar não só o respeito com esse momento do ritual, como também cuidados necessários na hora de manipular oferendas e objetos sacros da Deusa em dedicações mais elaboradas.

      Abraços de nossa Deusa Querida…..

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  • Gustavo Duarte

    Olá, tudo bem? Gostei muito das suas postagens, sou adepto de idolatria e dedicação a algum tempo. Reconheço o caráter informativo muito positivo e de fundamento no seu texto. Economizando quero dizer que o texto é ótimo! 😀 Mas na minha visão acho que você deve rever o seu conceito de descarte de resido de ofertas, ou pelo menos rever o modo que você informa isso.
    Mesmo tendo deixado claro que são percepções suas e em um local de publicação sem obrigatoriedade de compromisso, lendo seu texto percebi um compromisso assumido com a publicação de um texto informativo super capacitado que termina com uma nota agressiva e que na minha percepção é bem taxatória, o que quebra com com a intenção positiva inicialmente percebida, por mim, um leitor.

    Eu como Bruxa e dedicado acredito muito no descarte de resido pós oferta, o ritual pós ritual, pós o uso do material ou alimento, até como um respeito com aquilo que me serviu para que eu agradasse o Deus cultuado.
    E eu como Bruxa não acredito que exista alguma ritualística tola ou desnecessária, ainda mais se em algum momento da minha filosofia e prática apareça a visão de resgate a conceitos ritualísticos. Não vejo possibilidade de pontas de ceticismo no texto de uma Bruxa ou dedicada.

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    • Carol Carvalho

      Olá Gustavo!
      Obrigadão pela visita, pelos elogios e pelo comentário. Adoro responder a todos que deixam seu recado, seja ele da natureza que for. E gostei muito do que abordou. É bem contundente. Contudo, até para melhor elaborar minha concepção, gostaria de entender dois pontos melhor:

      1) você destacou a importância no trato com o resíduo, no que chamou de ritual pós ritual (excelente!) mas não explanou exatamente do que se trata isso. Como pensa em tratar disso? Qual seria a melhor forma, ao seu ver, de cuidar do pós rito?

      Já li muitas práticas de pessoas que defendem um reaproveitamento desses resíduos. Como por exemplo: derreter a parafina para fabricar velas caseiras. Usar alguns líquidos, pó de incenso queimado e até ervas secas para uma receita caseira de um novo líquido aromático, que se queimado como num rechout produziria novamente a aromatização do ambiente (tipo aquelas essências para aquecer). E dependendo da oferenda, até comer ou utilizar no corpo como um banho mágico. Tudo isso é de fato muito interessante e útil, mas nunca adotei esta prática por absoluta falta de competência para tudo isso (admito!) e também porque dependendo muuuuuuito da natureza do ofertado a Hécate, acredito MESMO, que não deva ser reaproveitado. Pela característica natural dos domínios da Deusa (infernal, andarilha, das encruzilhadas e dos portões, muitas vezes associada aos mortos e cemitérios). Veja, nada contra ao domínios da Deusa, pelo contrário, minha intenção não é e nuca foi tecer algum juízo de valor sobre as coisa da Trívia (e nem posso!). Mas convenhamos que essas natureza de fim para recomeços precisa ser respeitada. Por isso acredito no fim daquilo que for residual para que haja novos recomeços, sem pular etapas. O que acabou, acabou, simples assim. Diferente, por exemplo, de uma dedicação a Deméter, deusa do cultivo, do alimento e da agricultura que muito se absorve no final de seu ofertório, justamente pelo caráter nutridor que a Deusa tem. Aí a reutilização do residual, o ato de se alimentar de seu ofertório é até mágico e muito simbólico. Acho super válido e legítimo. Do mesmo modo que, muito eventualmente, podemos reaproveitar o residual de uma dedicação a Hécate Propilaya, por exemplo (que é o epíteto da deusa em seu domínios dos lares e portões de entrada de casas residenciais) que são reaproveitados, por exemplo, para diluir em água e passar um pano na casa. Ou derramar no portão ou porta de entrada como forma de proteção. Aí super bacana!

      2) você menciona que o final do meu artigo ficou díspare com toda preocupação geral dos meus textos, soando até de forma agressiva. Poderia me destacar exatamente o que te passou essa impressão? Claro que nem preciso dizer que não tinha essa intenção, mas como percepção, cada uma tem a sua, gostaria de melhor compreender a sua para refletir um pouco essa questão, muito relevante, volto a destacar. E finalizo aqui dizendo que este artigo, em particular, já tem alguns bons anos… Acredito eu que uns dois ou três anos. Com o tempo amadurecemos certos pontos. De fato precisava rever tudo o que já publiquei aqui para ver se continua atual. Mas hoje sou mãe de um pequeno menino de 1 ano e 10 meses e, por conta disso, tenho me dedicado bem pouco ao blog.

      Contudo, registro que essa será a minha preocupação daqui para frente. Rever meu conteúdo e retomar com novos posts. Quem sabe consigo um pouco mais de regularidade. Barcos para você!

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