Category Archives: Tradições e costumes

Quem é Hécate?

“…e desta união
nasceu a poderosa Hecate
Que Zeus agraciou com esplêndidos Dons…”

[Trecho da Teogonia de Hesíodo]

Hecate_by_LouvetteHécate é uma deusa de muito nomes, muitos cultos e muitas atribuições. Mas, hoje, infelizmente, Hécate é uma deusa também muito mal compreendida e interpretada. A quantidade de bobagens equívocos que eu leio por ai (internet, redes sociais e – pasmem! – livros também, inclusive publicados pela editora mais famosa no meio esotérico…) é algo até desesperador. Porque ao invés de servir como uma contribuição aos adoradoras na deusa iniciarem suas devoções; ao contrário, prestam um verdadeiro desserviço muito perigoso até, dependendo do caso.

Seja como for, o intuito deste post não é (AINDA!) tratar desses temas ligados a desconstrução de mitos e pre-concepções, pois isso farei na época de lua minguante (torcendo para que a energia lunar nos ajude a realmente combater essas enormes confusões!!). Estamos em pleno período de lua nova, onde Ártemis sorri para nós nas próximas noites, enquanto infla seu arco rumo ao quarto crescente. E, nós, por aqui, vamos nos lançar no desafio de responder a pergunta aí de cia:

Quem é Hécate?

Hécate TrÍvia ou Triformis era uma das mais antigas deusas da Grécia pré-helênica. Cultuada originariamente na Trácia como representação arcaica da Deusa Tríplice, foi associada com a noite, a lua negra, os domínios da magia, profecias, cura e os mistérios da morte, renovação e nascimento. Senhora das encruzilhadas e dos caminhos da vida e do mundo subterrâneo

Hécate é um também um arquétipo primordial do inconsciente pessoal e coletivo, que nos permite o acesso às camadas mais profundas da memória ancestral. Pois ela – ao lado de Hermes Psicopompo – é quem se movimenta entre os mundos e se revela no olhar daqueles que olham para passado, presente e futuro por meio de ferramentas oraculares. É ela também que coloca as mãos nos trabalhos de cura que transpõe as pontes entre os reinos visíveis e invisíveis, em busca de segredos, soluções, visões e comunicações espirituais para o pronto restabelecimento e regeneração dos seus semelhantes.

Filha dos Titãs Astéria (Deusa das estrelas e do aspecto sinistro da noite) e Perses (deus da destruição), Hécate é quem usa a tiara de estrelas que ilumina os escuros caminhos da noite, bem como a vastidão da escuridão interior. Neta de Nyx, deusa ancestral da noite, Hécate também é uma das “Rainha da Noite” e tem domínio na três esferas universais: no céu, na Terra/Águas e no mundo subterrâneo.

Agora, mais do que isso… Hécate é uma deusa muito, muito complexa. Viva uma vida inteira dedicada exclusivamente ao sacerdócio à Hécate e só assim poderá se considerar um iniciante em seu culto, dada a vastidão de seus domínios. Contudo, gosto de definir Hécate como a Deusa de muitas Faces, onde podemos reconhecer alguns dos seus epítetos:

  • Klêidouchos é a ‘guardiã das chaves’, quem define o que e quem pode ou não cruzar suas portas e portais. Pois é ela quem decide e determina o que e quem se inicia ou se encerra dentro do mistério
  • Prytania, a “Rainha dos mortos”, é a condutora das almas e sua guardiã durante a passagem entre os mundos, mas Ela também rege os poderes de regeneração, sendo invocada no desencarne e nos nascimentos

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  • Protyraia, é a que cuida da proteção e segurança no parto, trazendo vida longa, saúde e boa sorte ao nascido e a parturiente.
  • Phosphoros é a detentora de uma aura fosforescente que brilha na escuridão do mundo subterrâneo, guardiã do inconsciente e guia das almas na transição.

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  • Kourotrophos é a que cuida das crianças e ama dos jovens durante a vida, incluindo a vida intra-uterina e seu nascimento, assim como fazia sua antecessora egípcia, a parteira divina Heqet.
  • Propolos, é a que traz suas duas tochas apontadas para o céu e a terra, iluminam a busca da transformação espiritual e o renascimento

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  • Trioditis ou Enodia é a protetora dos viajantes, senhora dos caminhos e dona das encruzilhadas de três pontas, onde recebe de seus devotos pedidos de proteção e oferendas, conhecida por “ceias de Hécate”

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  • Propylaia é a reverenciada como guardiã das casas, portas, famílias e bens pelas mulheres, que oravam na frente do altar antes de sair de casa pedindo Sua benção.
  • Triformis ou Tricephalus é a que poe a mão na massa, responsável pelos feitos mágicos e feitiços. Era representada com pilares ou estátua de três cabeças e seis braços que segurava suas insígnias sagradas: tocha (ilumina o caminho), chave e as vezes uma serpente (atando e desatando mistérios e promotora das transmutações), corda (conduz as almas e reproduz o cordão umbilical do nascimento) ou adaga (corta ilusões e medos).

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  • Krateis (‘poderosa’) é a que propicia o trânsito e governa os ciclos. EX: se acreditava que é graças a seus domínios que as estações do ano e as fases da vida feminina é um eterno ciclo em trânsito. Assim, Hécate formaria uma tríade divina juntamente com: Kore/Perséfone/Proserpina/Hebe no início do ciclo (que presidem a primavera, fertilidade e juventude) e com Deméter/Ceres/Rhéa – regentes da maturidade, colheita e gestação.

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  • Khtonia, é a senhora da sabedoria, padroeira do inverno, da velhice e das profundezas da terra.
  • Trívia é, em Roma, a “dea triformis“, tríplice, patrona da feitiçaria e das práticas mágicas. Era invocada nas doenças, dado o seu poder de cura, regente dos espectros e dos espíritos. Por ser uma divindade de culto mais popular do que os “figurões” do Olimpo e das histórias de Homero, seus domínios como Trívia se aproxima dos regidos por Ártemis e Diana, sendo conhecida como “a que atira longe”, lunar, dona do Bosque e do Lago de Nemi.

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Portanto, só por ai já dá para ver a vastidão de onde se pode perceber e sentir a presença e a mão da Deusa no universo e no mundo. E que limitá-la a essa ideia de Rainha das Bruxas e dos Mortos é de longe o tratamento mais supérfluo que um devoto pode lhe conceder.


Fontes de pesquisa e referência para o artigo:


Atualizações Lunares

Semana de lua nova… Lua Negra!
E eu cá em plena lunação* do arcano XVIII – La Luna!!

(* nota explicativa: para quem não conhece esse conceito, lunação é a prática de escolher uma ou mais carta de algum oráculo – no meu caso, o tarô – para revelar, instruir e observar sua manifestação em sua vida ao longo de um determinado período – de novo: um mês. Entre uma lua cheia e outra. Mas isso falaremos melhor em um novo post, no futuro).

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Acredito que essas duas energias em sinergia trouxeram um impulso criativo muito forte para retomar minhas postagens neste blog. Algo como uma inspiração do intelecto instintivo que nos guia na vida, sabem como é? Pois é. Lembrei-me de uma proposta de estudo que seguia ” a long times ago” junto com minha Sorella (irmã) Strega, quando trabalhávamos feitiçaria juntas e, com base nela, resolvi sistematizar uma relação de 4 grandes editorias (ou assuntos) de postagens para o blog.

A partir de hoje, vou tentar me organizar para publicar pelo menos um post por semana sobre diferentes tipos de temas que estejam subclassificados em um dos 4 subgrupos por mim definidos abaixo:

  • Semana da lua nova: temas ligados a Stregheria e ao Ocultismo
  • Semana da lua crescente: temas  ligados a fitomagia e práticas
  • Semana da lua cheia: temas ligados a crenças e deidades
  • Semana da lua minguante: temas ligados a desconstrução de mitos e pre-concepções

Note que não por acaso, cada assunto está intimamente ligado a atmosfera energética proporcionado por cada fase lunar. E, em cada face da própria Deusa Hécate:

  • Semana da lua nova: Hécate em sua totalidade tríplice
  • Semana da lua crescente: Hécate em sua face donzela
  • Semana da lua cheia: Hécate em sua face mãe
  • Semana da lua minguante: Hécate em sua face anciã

Espero de coração que todos curtam e que eu possa não perder o fio da meada nesse cronograma. Que eu consiga subir todos os posts e estudos que eu sempre sonho em ter tempo para fazer e que só hoje eu resolvi testar para ver se dou conta.

Peço a colaboração de todos, listando abaixo, temas de cada um desses 4 grandes grupos de assuntos acima listados para que eu possa – na medida do possível – atender e me inspirar nas sugestões de todas!!!

Que Hécate Enódia (protetora dos caminhos) possa me guias nessa nova jornada!

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Ervas e plantas

Já está mais do que comprovado pela ciência: a natureza tem um poder incrível para prevenir e curar doenças. Em todas as Eras, em todas as comunidades, sob todos os pontos de vista (religioso, medicamentoso, gastronômico, sagrado, decorativos etc.), as plantas e ervas, flores e frutos sempre foram valorizados por suas propriedades específicas (cor, textura, perfume, gosto…). Todas aguçam e despertam nossos principais sentidos (visão, tato, olfato, paladar…) e, assim, geram os mais variados estímulos em nosso organismo (tanto físico quanto espiritual).

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Bom, como o assunto é vasto e rende muuuuuuuuuitas abordagens diferentes, quero abrir essa TAG com um apanhado bem superficial e genérico, do MEU conhecimento particular sobre algumas plantas e ervas que adquiri ao longo da minha jornada, com um misto de conhecimento popular e leitura, experimentação. Ainda não vou abordar propriedades fito-botânicas, nem sua ação mística-espiritual, alucinógena e sacra, não vou me lançar no mundo das ervas e plantas mais desconhecidas, menos ainda quero ressaltar ritos ou grandes receitas de preparo (maaaas, espero eu, IREI prepará-los sim!! Para pouco a pouco, com o devido cuidado de apuração e responsabilidade, publicar esses assuntos do jeito que eles merecem!!!)

Portanto, para começar, queria discorrer sobre um preceito fundamental, que alicerça todo o meu contato com plantas e ervas (desde já, peço licença para essa intensa divagação, já que considero vital para a manipulação de qualquer matéria com um propósito ou significação!): PRA MIM, as plantas e ervas são o contato material mais próximo e genuíno da criação divina, tal qual é toda a natureza. Por mais que cientistas e estudiosos tentem reproduzir, clonar, criar água, ar, terra, mato… Sua essência e natureza é oriunda do Universo e dessa grande força cósmica (que cada um dá o nome que gostar mais), geradora de tudo o que existe. Logo, conhecê-la e sobretudo, RESPEITÁ-LA é um indispensável compromisso, conosco e com o meio, nossa obrigação!

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Delas, tiramos inúmeros benéficos (ou malefícios!), dependendo de seu preparo e/ou utilização. E, acredito eu, mais ainda, dependendo de sua intenção. Penso que tudo no universo é energia. E energia é vibração! A ciência já desvendou como o ato de pensar gera impulsos eletromagnéticos em nossos neuróticos, responsáveis pelos estímulos elétricos que comandam nosso corpo… Ao pensar (voluntariamente ou involuntariamente), essa programação vira um gesto, uma prática. É o passar da ideia para o ato. Na ação, temos movimentação (e até sua não ação é uma movimentação). Movimento gera energia, vibração. E vibrações podem ser compatíveis ou incompatíveis com outras vibrações e energias geradas por movimentos do meio, do ambiente, do que está ao nosso redor. Movimentos esses que também vieram de um pensamento, ou consideração. É o que gosto de chamar de “mente do mundo”. Central que regula e administra o funcionamento de todas as coisas.

Para entender isso na prática: eu penso que preciso me levantar. Meu pensamento gera um impulso eletromagnético em nossos neuróticos, com o comando de “Hei! Ora de levantar o corpo”. Ao pensar, sai do meu cérebro uma programação de todos os gestos e práticas para transformar a ideia de levantar em ato. Ao me levantar, efetivamente, uma série de movimentos foram feitos: tanto dentro do meu organismo quanto do lado de fora. O peso do meu corpo teve que se ajustar a uma dada força de apoio aos meus pés, assim como o ar, o chão e o que estava em inércia, ao meu redor, com a minha não ação também teve que se ajustar a essa nova condução, de existir uma massa que trocou de lugar naquele meio em que estava. Meu movimento gerou energia, vibração. E, de novo, tanto dentro do meu organismo como fora dele. E essa energia, vibração pode entrar (ou não) em perfeita sintonia com a energia e vibração do que está ao meu redor. Se meu meio for um terreno conhecido, que eu já sei o que é necessário para ficar de pé, tudo que me circunda vai entrar em sintonia com o meu movimento e, portanto, minha energia e vibração estará em perfeita compatibilidade com a energia e vibração do ambiente. Agora, caso contrário, se ao pensar em me levantar e de fato o fazê-lo e, subitamente, eu ser surpreendida com um degrau, um obstáculo e outras situações adversas (solo frio, quente, arenoso, macio e por aí vai) minha energia e posterior vibração não estará em sintonia com a energia e vibração do que está ao meu redor. E, nessas condições, haverá um conflito, uma incompatibilidade com a energia e vibração do ambiente.

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Parece complexo, mas na verdade é bem simples. “Cogito, ergo sum” que significa “penso, logo existo”, de René Descartes. Seja você, eu ou a “Mente do Mundo” pensa, logo ela existe {AH! Cuidado!! Com esse pensamento descartiano, não deduza equivocadamente que o pensar é fruto exclusivo dos seres humanos ou do “Todo Poderoso”. Todos os reinos: mineral, vegetal, animal, físico, psíquico, espiritual “pensam”. E por pensam, quero dizer formam processo ou faculdade de gestão e/ou autogestão. É o que permite aos seres (e não seres!) modelarem o mundo de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos, desejos e necessidades.

É graças a esse conceito e preceito fundamental que acredito ser possível a manipulação de plantas e ervas com um propósito, uma significação. Minha mente pensa sobre ela (assim como a Mente do Mundo!) e esse pensares geram movimentos, a partir de seus estímulos eletromagnéticos. Quando estes saem de mim, o movimento é o ato de manipular e cultivar ervas e plantas. Quando saem da Mente do Mundo, o movimento é o ato de criar e gerar ervas e plantas, tais como estás são, cada qual, com suas especificidade. Juntos, esses movimentos podem se amalgamar, entrar em sinergia e sintetizar outra coisa: uma cura, um gosto, uma limpeza etc.

Bom, isto posto, vamos deixar a parte “chata” de lado e colocar a mão na massa. Como disse, preparei um apanhado de “saberes pessoais” que costumo responder quando me perguntam “o que é bom para quê”, rsrsrs. E esses saberes, relembro, são frutos do conhecimento particular que adquiri ao longo da minha jornada, com um misto de conhecimento popular e leitura, experimentação.

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Outro dia prometo me debruçar sobre preparos: diferenças de chás e infusões. Banhos. Ervas frescas ou secas. Dentre outros. Por hora, escolhi exatamente quase tudo o que tenho em casa hoje, na minha “CUCINASTREGA“… Por isso as fotografei, tais quais aparecem no post.

ALECRIM: Atua contra gripe e inflamações. Eu não gosto no chá, mas AMO na cozinha: em batatas, legumes cozidos ou assados num geral. Arroz e dependendo da massa que combina. Trata complicações comuns em quem tem diabetes, como catarata e doenças nos rins. Melhora dores de cabeça decorrentes da má digestão e é eficaz contra a depressão.

ALHO: combate vários tipos de inflamação. Sempre uso quando estou com gripe ou inflamação na garganta. Previne trombose, pressão alta e câncer. Ah! E tem uma ótima ação antibacteriana (essa eu aprendi recentemente com uma dentista, que recomenda bocejo com água e alho para infecção bacteriana em dentes e gengivas). Cuidado: não é bom abusar, porque muito consumo de alho pode provocar dor de barriga e dor de cabeça.

 

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AZEITE DE OLIVA: além de ser um alimento natural, com alto teor da gordura que faz aumentar o tal “colesterol bom”, o azeite de oliva é considerado o óleo mais saudável em relação aos outros. Isso porque ele é rico em gordura monoinsaturada, a mais saudável de todas as gorduras. E mais: agüenta maiores temperaturas sem oxidar porque ele cria uma película que envolve o alimento e impede que este se encharque de gordura (nhaca!). Sem falar que é excelente para finalizar pratos, temperar saladas e, num modo geral, agregar sabor aos alimentos.

CAMOMILA: sinônimo de calmante e relaxante natural. Mas uma propriedade bem interessante, que eu uso bastante, da camomila é a de cicatrização de feridas (li, uma vez, que os egípcios, romanos e gregos usavam flores de camomila em um emplasto nas feridas para acelerar a cicatrização). utilizado no tratamento de má circulação, inflamações gengivais e dores de dente, má digestão, protetor térmico da pele, conjuntivite e olheiras (não deve ser aplicado diretamente aos olhos, e sim, em uma compressa), dores musculares, estresse e inflamações urinárias. Só um alerta: algumas pessoas têm reações alérgicas graves (incluindo anafilaxia) com a camomila. Se você é alérgico a outras plantas da mesma família, como a margarida, por exemplo, deve tomar muito cuidado ao usar camomila. Ela ainda deve ser evitada durante a gravidez, pois pode agir como um estimulante uterino e, portanto, aumentar a chance de aborto.

CANELA: infecção urinária, cólicas e tosse

CEBOLA: o rei da minha cozinha. Governa, ao lado do alho, absoluto! Rico em vitaminas A, B1, B2, B3, vitamina C (Ácido ascórbico), cálcio, ferro, fósforo, magnésio, potássio, sódio e silício (ufa!). O xarope natural dele é EXPETACULAR. (Prometo ensinar no blog!). A cebola ajuda a prevenir doenças cardiovasculares (ótima para o coração) e a reduzir os níveis de triglicéridos (triglicérides). E não posso deixar e citar que a cebola é super bacana para beleza da pele e dos cabelos (também irei publicar umas receitinhas, rs). E, minha mãe sempre me dizia que era “porreta” para combater doenças respiratórias (no meu caso, Asma Brônquica).

CEBOLINHA: Protege a saúde do intestino, impede a formação de coágulos no sangue, reduz a pressão arterial e controla o colesterol. Eu uso SEMPRE em tudo o que cozinho. Lembro dessa mesma avó usar um pedaço de garrafa plástica cortada para colocá-las em água, no batente da janela da cozinha. Ela adorava picar uma cebolinha em cima do arroz, na finalização do cozimento. Por isso se recomenda o consumo da cebolinha bem picadinha e crua, para garantir os benefícios à saúde.

CIDREIRA: meu chá preferido! É um eficiente calmante, analgésico, antibactericida, diurético, antidepressivo, digestivo, expectorante, desinfetante e relaxante. Ou seja, rs, tudo de bom!!! Indicada para dores abdominais, cólicas intestinais e urinárias, dores de cabeça e tosse. Auxilia no tratamento para a ansiedade, o estresse, a depressão e a insônia. Ajuda no combate de diversas doenças como o reumatismo, inflamação nos rins e doenças no fígado. Alivia a tensão muscular fazendo o corpo relaxar.

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CRAVO: esse é pra você que está sempre atrás de algo natural para emagrecer. É um poderoso repelente (acenda velas aromatizadas ou incenso com essência de cravo, verão como ele é bastante eficaz!). Além disso, o cravo é analgésico e antisséptico, acelera o metabolismo (por isso que ajudar a emagrecer), melhora as funções da tireóide, fortalece o sistema imunológico e funciona como um belo antibiótico natural.

ERVA DOCE: o chá das sementes dessa plantinha do bem é digestivo. Minha ov sempre me dizia para tomar quando estava com cólicas (menstruais, de estômago e intestino) e para diminui os gases. Também comprovei que alibis enjôo e náuseas em gestantes. Além disso, tem um sabor agradável (eu adoro!)

GENGIBRE: afrodisíaco e trata gripe, dor de garganta e má digestão. Ajuda a aliviar amigdalite, gripes, resfriados, gases, cólicas e dores musculares. Mas é bom lembrar: não é indicado para mulheres com menos de três meses de gravidez.

HORTELÃ: chamado também de SUPER CHÁ. Sabe aquela planta que é bom pra tudo?! Pois é, na dúvida: hortelã! Você nunca erra. Só ele tem, ao mesmo tempo, uma analgésica (desde dores de cabeça à cólicas severas de intestino, fígado e rins. Além disso, seu sumo, embebido em algodão pode melhorar as dores de dentes!), calmante, cardíaca (o suco de hortelã é excelente para aqueles que sofrem de problemas cardíacos, ajudando, inclusive, na redução dos níveis de colesterol), respiratória (os xaropes, feitos a base de hortelã, favorecem a expectoração, sendo fundamentais no tratamento de tosses e outros problemas de garganta), digestiva, sanguínea e até cosmética (usado em sabonetes e cremes hidrantes; pois ajuda na limpeza da pele e no trato de cravos e espinhas). Isso sem esquecer da sua ação como vermífugo natural (espantando até formiga… Basta espalhar a hortelã seca ao longo do caminho feito pelas formigas ou ainda perto de portas e janelas) e para aliviar a coceiras oriundas de picadas de insetos (basta amassar as folhas e aplicar o emplasto sobre as picadas).

LOURO: excelente para digestões difíceis ou pesadas (sabe aquela depois de uma feijoada? rsrs). Também é ótimo para cólicas e regulador do ciclo menstrual. Anti-reumático e anti-inflamatório muito eficaz, aplicado externamente, sobre a pele, o óleo de loureiro ou o bálsamo anti-reumático que se prepara com as folhas de louro, dá pra ser usados em fricções para aliviar os torcicolos, lombalgias, entorses dos tornozelos e outras dores osteomusculares (de ossos e músculos).

MANJERICÃO: meu amante na cozinha. Fresquinho então… Hummm, irresistível! Uma dermatologista, certa vez me disse que está planta é uma dos melhores aliados para um bronzeado saudável (chazinho, não ferventado, num burrifador), sabiam dessa? Além do cheiro bom é bem refrescante. Estimula o fígado e ajuda a combater insônia e dores menstruais. Os antigos o chamavam de um poderoso tônico do organismo e desinfectante digestivo. Vai super bem em massas e molhos. Também utilizado para aliviar dores de cabeça de origem nervosa, inflamações dos brônquios (inalação), vertigens, perdas de memórias e depressão. Além de ajudar a regulariza o ciclo menstrual.

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MATE: quem não sabe que a erva-mate possui uma grande quantidade de cafeína, sendo por isso, um ótimo estimulante? Dizem que também com até a depressão e ajuda nas dietas de redução de peso. Rico em vitaminas do alfabeto, rs (A, B, C, D e E) e em sais minerais como cálcio, magnésio, sódio, ferro e substâncias antioxidantes, que é o que teoricamente retarda o envelhecimento do organismo. Só atenção com o excesso!! O consumo excessivo, por conta da cafeína, pode causar nervosismo, irritabilidade, insônia, gastrite e até dependência.

PIMENTA: acredite se quiser, a pimenta – de qualquer espécie – é analgésica, antibiótica e anti-inflamatória. Em quantidades adequadas, regula o colesterol, reduz risco de infarto, alivia dores de cabeça e ajuda no tratamento da rinite alérgica (eu bem que sei!). Mas pra falar a verdade, eu não sou fã de nada picante. Nem pimenta-do-reino, para vocês terem uma ideia. Porém, uso moderadamente a pimenta branca.

SALSA: é diurética, ajuda , no funcionamento dos rins e combate vários tipo de doenças do coração. Cuidado grávidas! Porque a salsa pode provocar sangramentos.

Nossa, já me estendi além do que tinha me proposto!! É que o assunto é vasto e rende muuuuito papo. Vou retomando aos poucos. Dúvidas, sugestões e qualquer tipo de observação, por favor, enriqueçam nossaa publicação com seus comentários!!! Abaixo, alguns links “bacaninhas”:

Aprenda a cultivar temperos em casa
http://www.unimed.coop.br/pct/index.jsp?cd_canal=46078&cd_secao=46052&cd_materia=55473

Comunidade no Facebook (Ervas e Plantas)
https://www.facebook.com/ErvasEPlantas/

Ervas que curam (Documentário)
http://m.youtube.com/watch?v=mrHVbYed2Ow

Plantas e ervas medicinais
http://www.plantaseervasmedicinais.com/

Plantas que curam
http://www.plantasquecuram.com.br/

Pra encerrar, gostaria de destacar uma bela fala do Terence Mackenna, um dos mais importantes estudioso de plantas da América:

“A natureza não é nossa inimiga, para ser estuprada e conquistada. A natureza somos nós, para ser investigada e tratada com carinho”.

PS: fico devendo o Boldo. Subo nos comentários….


A Brasilidade em Hécate

Pois, em Hécate nada é óbvio!

Enquanto uma massa gigantesca de adoradores, devotos, sacerdotes e aprendizes a feiticeiras de deusas tríplices ficam por ai dedicando Enya e Loreena McKennitt em seus cultos (nada contra as duas cantoras!! Eu também adoro e as considero ótimas!!), há uma canção, forjada dentro do cancioneiro popular brasileiro, onde é possível resgatar a alma do ciclo da Trívia; além de um pouco dos mistério de morte, trânsito e renascimento típicos aos domínios de Hécate. Mesmo sendo uma simples cantiga fundamentada no folclore, tradições e lendas pernambucanas e nordestina.

Essa música é da banda “Comadre Florzinha (ou Fulozinha)”, do Recife, criada em 1997.

As integrantes são mulheres que interpretam canções que têm como principal influência os ritmos regionais do Nordeste. Sua sonoridade tem como base a percussão e as vozes, numa mistura de ritmos como coco, baião e ciranda, com influências variadas. Usam instrumentos como bombo, zabumba, congas, djembê, ilú, saxofone, cavaquinho, violão e rabeca, todos coordenados em uma linguagem própria e cheia de personalidade.

Agora, somam vocês: canções que são verdadeiros legados ancestrais, cheias de costumes e regionalidades, compostas por mulheres reunidas em um grupo que é praticamente um círculo do Sagrado Feminino, que misturam e transitam por diversas “faces” rítmicas circulares… E ainda por cima traz uma composição, uma letra como essa, denominado Grande Poder…

Quem mais poderia vir a minha mente??
Ela, la mia Regina!!!

+GRANDE PODER+

Comadre Fulozinha

Composição: Mestre Verdelinho

O nosso deus corrige o mundo

pelo seu dominamento sei o que a terra gira

com o seu grande poder

grande poder com o seu grande poder (2x)

a terra deu, a terra dá, a terra cria

homem a terra cria, a terra deu a terra há

a terra voga a terra dá o que tirar

a terra acaba com toda má alegria

a terra acaba com o inseto que a terra cria

nascendo em cima da terra nessa terra há de viver

vivendo na terra que essa terra há de comer

tudo que vive nessa terra

pra essa terra é alimento

deus corrige o mundo pelo seu dominamento

a terra gira com o seu grande poder

grande poder, com o seu grande poder

o nosso deus corrige o mundo… (refrão)

porque no céu a gente vê uma estrelinha

aquela estrela nasce e se põe as 6 horas

quando é de manhã aquela estrela vai embora

tem uma maior e tem outra mais miudinha

tem uma acesa e outra mais apagadinha

seis horas da noite é que pega a aparecer

quando é de manhãzinha ela torna a se esconder

só de noite ela brilha em cima do firmamento

porque deus corrige o mundo pelo seu dominamento

a terra gira com o seu grande poder

grande poder, com o seu grande poder

o nosso deus corrige o mundo… (refrão)

o homem aplanta um rebolinho de maniva

aquela maniva com dez dias tá inchada

começa a nascer aquela folha orvalhada

ali vai se criando aquela obra positiva

muito esverdeada, muito linda e muito viva

embaixo cria uma batata que engorda e faz crescer

aquilo dá farinha pra todo mundo comer

e para todas as criaturas vai servir de alimento

deus corrige o mundo pelo seu dominamento

a terra gira com o seu grande poder

grande poder, com o seu grande poder.

o nosso deus corrige o mundo pelo seu dominamento…


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O Tarantismo

Com ajuda de um estudo compartilhado com minha sorella Inês, do blog Cerealia, quis veicular esse tema aqui, visto que o transe e as tradições populares representaram um importante cerne de fundamentação e vivência entre muitas correntes de bruxaria italiana.

VÍDEOhttp://www.youtube.com/watch?v=igUTPVPdA-E&feature=player_embedded

[Estou disponibilizando o link porque não estou conseguindo incorporar o player]

Segundo as Wikis, tarantismo ou tarantolismo era considerado um fenômeno histérico convulsivo, de uma antiga cultura popular da Itália meridional, especialmente em La Puglia (onde ainda existe) e parece ter sido mais forte no fim da Idade Média.

Provocado pela mordida de uma aranha taranta (provavelmente de onde veio o nome da cidade de Taranto, cujo território ainda hoje está presente o aracnídeo, da espécie tarantola mediterranea Ischnocolus), o tarantismo comportaria uma condição de mal-estar geral, com sintomas semelhantes a epilepsia (ofuscamento o estado de consciência e turvação emocional).

Assim, conforme a lenda, a picada da tarântula desencadeava a crise histérica e o único jeito para sair da crise seria uma dança purificadora, “a taranta”, considerada uma rito de possessão profana. De acordo com a pesquisa feita por uma grande strega, sorella mia, as mulheres eram mais propensas às picadas, porque as aranhas habitavam as plantações de trigo, que eram cuidadas, em sua maioria, por mulheres. “Quando em transe, as mulheres possuídas nas tarantas se comportavam de maneira obscena, fazendo uma dança de forte cunho sexual. Como não se conseguia inibir completamente a prática, a Igreja relacionou-a com São Paulo, que protege as pessoas que foram picadas por animais venenosos”, diz seu estudo.

Da  possessão do tarantismo surge uma forma musical chamada pizzica ou tarantella, que com o passar dos anos, foi se descaracterizando com o fenômeno de origem, perdendo o vínculo com crença popular e ganhando, assim, sua própria existência. Hoje é possível afirmar que existem resquícios dessa prática na área de Salento e em algumas províncias como Lecce, Brindisi, Bari, Matena e em Taranto.

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