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Seu chamado!

imageCom os anos de fé, culto e dedicação a Hécate, pude constatar algo fundamental em seus domínios: o silêncio

Como senhora dos mistérios, dona do trânsito por onde circula o ciclo da vida, na qualidade de protetora e madrinha rígida das portas, portões e dos lares, Hécate se faz muito presente em sua ausência. Diz muito sem o menor som. O que eu chamado de “silêncio profundo em estar”. Ainda mais quando este se transforma numa espécie de bastidores do existir.

Exemplo: este blog! No começo, a ânsia por saber, a necessidade de sistematizar o conhecimento adquirido em ideias mais elaboradas e contundentes e, sobretudo, a rapidez com que o binômio ‘saber e conhecer’ logo suscitavam novas ânsias por saber e mais necessidades ainda de sistematizar esse conhecimento adquirido em novas idéias, como um ciclo virtuoso sem fim. Eis o que movia todo o meu gás e energia para a atualização e registro desse viver no blog.

Com o tempo, esse “silêncio profundo em estar” foi deixando os ‘bastidores do existir’ para entrar definitivamente em cena. No palco da minha vida, sua presença foi tomando tamanha força e voracidade que, de mero elemento coadjuvante de culto a Deusa, o absoluto silêncio se transformou no principal protagonista de sua dedicação… e a fé imensa e gigantesca em Hécate – onipresente e onisciente – ganhou invariavelmente a forma material e palpável no justo momento em que calei todo e qualquer fazer seu.

E neste ponto eu pensava: caramba! Será que devo então deletar o blog. Esquecer essa idéia e parar de me cobrar atualizações periódicas????

Foi quando senti e ouvi pela segunda vez na vida o tal “chamado” de Hécate. Nela, Hécate parecia me convocar a simplesmente seguir em frente. Fosse do jeito que fosse, mais importante do que os moldes e formatos de culto e dedicação (claro que eles são fundamentais!!!) o prosseguir, caminhar e não interromper seu trânsito e fluxo natural da vida e do destino era o mais relevante e indispensável em seus domínios… Afinal, como deusa tríplice, as faces de donzela, mãe e anciã só se dão se prosseguir seu fluxo natural da vida. Ela não é – dentre muitos epítetos – a senhora das estradas, caminhos e encruzilhadas? Então! No seu chamado compreendi que parar faz parte do ato de caminhar, tal qual o som precisa de pausa pra ser música. O não andar (que neste caso é bem diferente do que o estar parado) é que foge do seu caráter típico de trânsito e movimentação.

Portanto, cá estou! Agora, aos poucos, voltando a caminhar. Depois de 1 ano e praticamente 10 meses parada, transformei o meu não caminhar em apenas uma longa parada para poder prosseguir.

Espero encontrar companhias agradáveis nesse caminhar… Portanto, a quem por aqui passar e se identificar, será super bem-vindo ao mesmo chamado de Hécate!