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Quem é Hécate?

“…e desta união
nasceu a poderosa Hecate
Que Zeus agraciou com esplêndidos Dons…”

[Trecho da Teogonia de Hesíodo]

Hecate_by_LouvetteHécate é uma deusa de muito nomes, muitos cultos e muitas atribuições. Mas, hoje, infelizmente, Hécate é uma deusa também muito mal compreendida e interpretada. A quantidade de bobagens equívocos que eu leio por ai (internet, redes sociais e – pasmem! – livros também, inclusive publicados pela editora mais famosa no meio esotérico…) é algo até desesperador. Porque ao invés de servir como uma contribuição aos adoradoras na deusa iniciarem suas devoções; ao contrário, prestam um verdadeiro desserviço muito perigoso até, dependendo do caso.

Seja como for, o intuito deste post não é (AINDA!) tratar desses temas ligados a desconstrução de mitos e pre-concepções, pois isso farei na época de lua minguante (torcendo para que a energia lunar nos ajude a realmente combater essas enormes confusões!!). Estamos em pleno período de lua nova, onde Ártemis sorri para nós nas próximas noites, enquanto infla seu arco rumo ao quarto crescente. E, nós, por aqui, vamos nos lançar no desafio de responder a pergunta aí de cia:

Quem é Hécate?

Hécate TrÍvia ou Triformis era uma das mais antigas deusas da Grécia pré-helênica. Cultuada originariamente na Trácia como representação arcaica da Deusa Tríplice, foi associada com a noite, a lua negra, os domínios da magia, profecias, cura e os mistérios da morte, renovação e nascimento. Senhora das encruzilhadas e dos caminhos da vida e do mundo subterrâneo

Hécate é um também um arquétipo primordial do inconsciente pessoal e coletivo, que nos permite o acesso às camadas mais profundas da memória ancestral. Pois ela – ao lado de Hermes Psicopompo – é quem se movimenta entre os mundos e se revela no olhar daqueles que olham para passado, presente e futuro por meio de ferramentas oraculares. É ela também que coloca as mãos nos trabalhos de cura que transpõe as pontes entre os reinos visíveis e invisíveis, em busca de segredos, soluções, visões e comunicações espirituais para o pronto restabelecimento e regeneração dos seus semelhantes.

Filha dos Titãs Astéria (Deusa das estrelas e do aspecto sinistro da noite) e Perses (deus da destruição), Hécate é quem usa a tiara de estrelas que ilumina os escuros caminhos da noite, bem como a vastidão da escuridão interior. Neta de Nyx, deusa ancestral da noite, Hécate também é uma das “Rainha da Noite” e tem domínio na três esferas universais: no céu, na Terra/Águas e no mundo subterrâneo.

Agora, mais do que isso… Hécate é uma deusa muito, muito complexa. Viva uma vida inteira dedicada exclusivamente ao sacerdócio à Hécate e só assim poderá se considerar um iniciante em seu culto, dada a vastidão de seus domínios. Contudo, gosto de definir Hécate como a Deusa de muitas Faces, onde podemos reconhecer alguns dos seus epítetos:

  • Klêidouchos é a ‘guardiã das chaves’, quem define o que e quem pode ou não cruzar suas portas e portais. Pois é ela quem decide e determina o que e quem se inicia ou se encerra dentro do mistério
  • Prytania, a “Rainha dos mortos”, é a condutora das almas e sua guardiã durante a passagem entre os mundos, mas Ela também rege os poderes de regeneração, sendo invocada no desencarne e nos nascimentos

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  • Protyraia, é a que cuida da proteção e segurança no parto, trazendo vida longa, saúde e boa sorte ao nascido e a parturiente.
  • Phosphoros é a detentora de uma aura fosforescente que brilha na escuridão do mundo subterrâneo, guardiã do inconsciente e guia das almas na transição.

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  • Kourotrophos é a que cuida das crianças e ama dos jovens durante a vida, incluindo a vida intra-uterina e seu nascimento, assim como fazia sua antecessora egípcia, a parteira divina Heqet.
  • Propolos, é a que traz suas duas tochas apontadas para o céu e a terra, iluminam a busca da transformação espiritual e o renascimento

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  • Trioditis ou Enodia é a protetora dos viajantes, senhora dos caminhos e dona das encruzilhadas de três pontas, onde recebe de seus devotos pedidos de proteção e oferendas, conhecida por “ceias de Hécate”

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  • Propylaia é a reverenciada como guardiã das casas, portas, famílias e bens pelas mulheres, que oravam na frente do altar antes de sair de casa pedindo Sua benção.
  • Triformis ou Tricephalus é a que poe a mão na massa, responsável pelos feitos mágicos e feitiços. Era representada com pilares ou estátua de três cabeças e seis braços que segurava suas insígnias sagradas: tocha (ilumina o caminho), chave e as vezes uma serpente (atando e desatando mistérios e promotora das transmutações), corda (conduz as almas e reproduz o cordão umbilical do nascimento) ou adaga (corta ilusões e medos).

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  • Krateis (‘poderosa’) é a que propicia o trânsito e governa os ciclos. EX: se acreditava que é graças a seus domínios que as estações do ano e as fases da vida feminina é um eterno ciclo em trânsito. Assim, Hécate formaria uma tríade divina juntamente com: Kore/Perséfone/Proserpina/Hebe no início do ciclo (que presidem a primavera, fertilidade e juventude) e com Deméter/Ceres/Rhéa – regentes da maturidade, colheita e gestação.

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  • Khtonia, é a senhora da sabedoria, padroeira do inverno, da velhice e das profundezas da terra.
  • Trívia é, em Roma, a “dea triformis“, tríplice, patrona da feitiçaria e das práticas mágicas. Era invocada nas doenças, dado o seu poder de cura, regente dos espectros e dos espíritos. Por ser uma divindade de culto mais popular do que os “figurões” do Olimpo e das histórias de Homero, seus domínios como Trívia se aproxima dos regidos por Ártemis e Diana, sendo conhecida como “a que atira longe”, lunar, dona do Bosque e do Lago de Nemi.

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Portanto, só por ai já dá para ver a vastidão de onde se pode perceber e sentir a presença e a mão da Deusa no universo e no mundo. E que limitá-la a essa ideia de Rainha das Bruxas e dos Mortos é de longe o tratamento mais supérfluo que um devoto pode lhe conceder.


Fontes de pesquisa e referência para o artigo:


Atualizações Lunares

Semana de lua nova… Lua Negra!
E eu cá em plena lunação* do arcano XVIII – La Luna!!

(* nota explicativa: para quem não conhece esse conceito, lunação é a prática de escolher uma ou mais carta de algum oráculo – no meu caso, o tarô – para revelar, instruir e observar sua manifestação em sua vida ao longo de um determinado período – de novo: um mês. Entre uma lua cheia e outra. Mas isso falaremos melhor em um novo post, no futuro).

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Acredito que essas duas energias em sinergia trouxeram um impulso criativo muito forte para retomar minhas postagens neste blog. Algo como uma inspiração do intelecto instintivo que nos guia na vida, sabem como é? Pois é. Lembrei-me de uma proposta de estudo que seguia ” a long times ago” junto com minha Sorella (irmã) Strega, quando trabalhávamos feitiçaria juntas e, com base nela, resolvi sistematizar uma relação de 4 grandes editorias (ou assuntos) de postagens para o blog.

A partir de hoje, vou tentar me organizar para publicar pelo menos um post por semana sobre diferentes tipos de temas que estejam subclassificados em um dos 4 subgrupos por mim definidos abaixo:

  • Semana da lua nova: temas ligados a Stregheria e ao Ocultismo
  • Semana da lua crescente: temas  ligados a fitomagia e práticas
  • Semana da lua cheia: temas ligados a crenças e deidades
  • Semana da lua minguante: temas ligados a desconstrução de mitos e pre-concepções

Note que não por acaso, cada assunto está intimamente ligado a atmosfera energética proporcionado por cada fase lunar. E, em cada face da própria Deusa Hécate:

  • Semana da lua nova: Hécate em sua totalidade tríplice
  • Semana da lua crescente: Hécate em sua face donzela
  • Semana da lua cheia: Hécate em sua face mãe
  • Semana da lua minguante: Hécate em sua face anciã

Espero de coração que todos curtam e que eu possa não perder o fio da meada nesse cronograma. Que eu consiga subir todos os posts e estudos que eu sempre sonho em ter tempo para fazer e que só hoje eu resolvi testar para ver se dou conta.

Peço a colaboração de todos, listando abaixo, temas de cada um desses 4 grandes grupos de assuntos acima listados para que eu possa – na medida do possível – atender e me inspirar nas sugestões de todas!!!

Que Hécate Enódia (protetora dos caminhos) possa me guias nessa nova jornada!

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Ervas e plantas

Já está mais do que comprovado pela ciência: a natureza tem um poder incrível para prevenir e curar doenças. Em todas as Eras, em todas as comunidades, sob todos os pontos de vista (religioso, medicamentoso, gastronômico, sagrado, decorativos etc.), as plantas e ervas, flores e frutos sempre foram valorizados por suas propriedades específicas (cor, textura, perfume, gosto…). Todas aguçam e despertam nossos principais sentidos (visão, tato, olfato, paladar…) e, assim, geram os mais variados estímulos em nosso organismo (tanto físico quanto espiritual).

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Bom, como o assunto é vasto e rende muuuuuuuuuitas abordagens diferentes, quero abrir essa TAG com um apanhado bem superficial e genérico, do MEU conhecimento particular sobre algumas plantas e ervas que adquiri ao longo da minha jornada, com um misto de conhecimento popular e leitura, experimentação. Ainda não vou abordar propriedades fito-botânicas, nem sua ação mística-espiritual, alucinógena e sacra, não vou me lançar no mundo das ervas e plantas mais desconhecidas, menos ainda quero ressaltar ritos ou grandes receitas de preparo (maaaas, espero eu, IREI prepará-los sim!! Para pouco a pouco, com o devido cuidado de apuração e responsabilidade, publicar esses assuntos do jeito que eles merecem!!!)

Portanto, para começar, queria discorrer sobre um preceito fundamental, que alicerça todo o meu contato com plantas e ervas (desde já, peço licença para essa intensa divagação, já que considero vital para a manipulação de qualquer matéria com um propósito ou significação!): PRA MIM, as plantas e ervas são o contato material mais próximo e genuíno da criação divina, tal qual é toda a natureza. Por mais que cientistas e estudiosos tentem reproduzir, clonar, criar água, ar, terra, mato… Sua essência e natureza é oriunda do Universo e dessa grande força cósmica (que cada um dá o nome que gostar mais), geradora de tudo o que existe. Logo, conhecê-la e sobretudo, RESPEITÁ-LA é um indispensável compromisso, conosco e com o meio, nossa obrigação!

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Delas, tiramos inúmeros benéficos (ou malefícios!), dependendo de seu preparo e/ou utilização. E, acredito eu, mais ainda, dependendo de sua intenção. Penso que tudo no universo é energia. E energia é vibração! A ciência já desvendou como o ato de pensar gera impulsos eletromagnéticos em nossos neuróticos, responsáveis pelos estímulos elétricos que comandam nosso corpo… Ao pensar (voluntariamente ou involuntariamente), essa programação vira um gesto, uma prática. É o passar da ideia para o ato. Na ação, temos movimentação (e até sua não ação é uma movimentação). Movimento gera energia, vibração. E vibrações podem ser compatíveis ou incompatíveis com outras vibrações e energias geradas por movimentos do meio, do ambiente, do que está ao nosso redor. Movimentos esses que também vieram de um pensamento, ou consideração. É o que gosto de chamar de “mente do mundo”. Central que regula e administra o funcionamento de todas as coisas.

Para entender isso na prática: eu penso que preciso me levantar. Meu pensamento gera um impulso eletromagnético em nossos neuróticos, com o comando de “Hei! Ora de levantar o corpo”. Ao pensar, sai do meu cérebro uma programação de todos os gestos e práticas para transformar a ideia de levantar em ato. Ao me levantar, efetivamente, uma série de movimentos foram feitos: tanto dentro do meu organismo quanto do lado de fora. O peso do meu corpo teve que se ajustar a uma dada força de apoio aos meus pés, assim como o ar, o chão e o que estava em inércia, ao meu redor, com a minha não ação também teve que se ajustar a essa nova condução, de existir uma massa que trocou de lugar naquele meio em que estava. Meu movimento gerou energia, vibração. E, de novo, tanto dentro do meu organismo como fora dele. E essa energia, vibração pode entrar (ou não) em perfeita sintonia com a energia e vibração do que está ao meu redor. Se meu meio for um terreno conhecido, que eu já sei o que é necessário para ficar de pé, tudo que me circunda vai entrar em sintonia com o meu movimento e, portanto, minha energia e vibração estará em perfeita compatibilidade com a energia e vibração do ambiente. Agora, caso contrário, se ao pensar em me levantar e de fato o fazê-lo e, subitamente, eu ser surpreendida com um degrau, um obstáculo e outras situações adversas (solo frio, quente, arenoso, macio e por aí vai) minha energia e posterior vibração não estará em sintonia com a energia e vibração do que está ao meu redor. E, nessas condições, haverá um conflito, uma incompatibilidade com a energia e vibração do ambiente.

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Parece complexo, mas na verdade é bem simples. “Cogito, ergo sum” que significa “penso, logo existo”, de René Descartes. Seja você, eu ou a “Mente do Mundo” pensa, logo ela existe {AH! Cuidado!! Com esse pensamento descartiano, não deduza equivocadamente que o pensar é fruto exclusivo dos seres humanos ou do “Todo Poderoso”. Todos os reinos: mineral, vegetal, animal, físico, psíquico, espiritual “pensam”. E por pensam, quero dizer formam processo ou faculdade de gestão e/ou autogestão. É o que permite aos seres (e não seres!) modelarem o mundo de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos, desejos e necessidades.

É graças a esse conceito e preceito fundamental que acredito ser possível a manipulação de plantas e ervas com um propósito, uma significação. Minha mente pensa sobre ela (assim como a Mente do Mundo!) e esse pensares geram movimentos, a partir de seus estímulos eletromagnéticos. Quando estes saem de mim, o movimento é o ato de manipular e cultivar ervas e plantas. Quando saem da Mente do Mundo, o movimento é o ato de criar e gerar ervas e plantas, tais como estás são, cada qual, com suas especificidade. Juntos, esses movimentos podem se amalgamar, entrar em sinergia e sintetizar outra coisa: uma cura, um gosto, uma limpeza etc.

Bom, isto posto, vamos deixar a parte “chata” de lado e colocar a mão na massa. Como disse, preparei um apanhado de “saberes pessoais” que costumo responder quando me perguntam “o que é bom para quê”, rsrsrs. E esses saberes, relembro, são frutos do conhecimento particular que adquiri ao longo da minha jornada, com um misto de conhecimento popular e leitura, experimentação.

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Outro dia prometo me debruçar sobre preparos: diferenças de chás e infusões. Banhos. Ervas frescas ou secas. Dentre outros. Por hora, escolhi exatamente quase tudo o que tenho em casa hoje, na minha “CUCINASTREGA“… Por isso as fotografei, tais quais aparecem no post.

ALECRIM: Atua contra gripe e inflamações. Eu não gosto no chá, mas AMO na cozinha: em batatas, legumes cozidos ou assados num geral. Arroz e dependendo da massa que combina. Trata complicações comuns em quem tem diabetes, como catarata e doenças nos rins. Melhora dores de cabeça decorrentes da má digestão e é eficaz contra a depressão.

ALHO: combate vários tipos de inflamação. Sempre uso quando estou com gripe ou inflamação na garganta. Previne trombose, pressão alta e câncer. Ah! E tem uma ótima ação antibacteriana (essa eu aprendi recentemente com uma dentista, que recomenda bocejo com água e alho para infecção bacteriana em dentes e gengivas). Cuidado: não é bom abusar, porque muito consumo de alho pode provocar dor de barriga e dor de cabeça.

 

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AZEITE DE OLIVA: além de ser um alimento natural, com alto teor da gordura que faz aumentar o tal “colesterol bom”, o azeite de oliva é considerado o óleo mais saudável em relação aos outros. Isso porque ele é rico em gordura monoinsaturada, a mais saudável de todas as gorduras. E mais: agüenta maiores temperaturas sem oxidar porque ele cria uma película que envolve o alimento e impede que este se encharque de gordura (nhaca!). Sem falar que é excelente para finalizar pratos, temperar saladas e, num modo geral, agregar sabor aos alimentos.

CAMOMILA: sinônimo de calmante e relaxante natural. Mas uma propriedade bem interessante, que eu uso bastante, da camomila é a de cicatrização de feridas (li, uma vez, que os egípcios, romanos e gregos usavam flores de camomila em um emplasto nas feridas para acelerar a cicatrização). utilizado no tratamento de má circulação, inflamações gengivais e dores de dente, má digestão, protetor térmico da pele, conjuntivite e olheiras (não deve ser aplicado diretamente aos olhos, e sim, em uma compressa), dores musculares, estresse e inflamações urinárias. Só um alerta: algumas pessoas têm reações alérgicas graves (incluindo anafilaxia) com a camomila. Se você é alérgico a outras plantas da mesma família, como a margarida, por exemplo, deve tomar muito cuidado ao usar camomila. Ela ainda deve ser evitada durante a gravidez, pois pode agir como um estimulante uterino e, portanto, aumentar a chance de aborto.

CANELA: infecção urinária, cólicas e tosse

CEBOLA: o rei da minha cozinha. Governa, ao lado do alho, absoluto! Rico em vitaminas A, B1, B2, B3, vitamina C (Ácido ascórbico), cálcio, ferro, fósforo, magnésio, potássio, sódio e silício (ufa!). O xarope natural dele é EXPETACULAR. (Prometo ensinar no blog!). A cebola ajuda a prevenir doenças cardiovasculares (ótima para o coração) e a reduzir os níveis de triglicéridos (triglicérides). E não posso deixar e citar que a cebola é super bacana para beleza da pele e dos cabelos (também irei publicar umas receitinhas, rs). E, minha mãe sempre me dizia que era “porreta” para combater doenças respiratórias (no meu caso, Asma Brônquica).

CEBOLINHA: Protege a saúde do intestino, impede a formação de coágulos no sangue, reduz a pressão arterial e controla o colesterol. Eu uso SEMPRE em tudo o que cozinho. Lembro dessa mesma avó usar um pedaço de garrafa plástica cortada para colocá-las em água, no batente da janela da cozinha. Ela adorava picar uma cebolinha em cima do arroz, na finalização do cozimento. Por isso se recomenda o consumo da cebolinha bem picadinha e crua, para garantir os benefícios à saúde.

CIDREIRA: meu chá preferido! É um eficiente calmante, analgésico, antibactericida, diurético, antidepressivo, digestivo, expectorante, desinfetante e relaxante. Ou seja, rs, tudo de bom!!! Indicada para dores abdominais, cólicas intestinais e urinárias, dores de cabeça e tosse. Auxilia no tratamento para a ansiedade, o estresse, a depressão e a insônia. Ajuda no combate de diversas doenças como o reumatismo, inflamação nos rins e doenças no fígado. Alivia a tensão muscular fazendo o corpo relaxar.

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CRAVO: esse é pra você que está sempre atrás de algo natural para emagrecer. É um poderoso repelente (acenda velas aromatizadas ou incenso com essência de cravo, verão como ele é bastante eficaz!). Além disso, o cravo é analgésico e antisséptico, acelera o metabolismo (por isso que ajudar a emagrecer), melhora as funções da tireóide, fortalece o sistema imunológico e funciona como um belo antibiótico natural.

ERVA DOCE: o chá das sementes dessa plantinha do bem é digestivo. Minha ov sempre me dizia para tomar quando estava com cólicas (menstruais, de estômago e intestino) e para diminui os gases. Também comprovei que alibis enjôo e náuseas em gestantes. Além disso, tem um sabor agradável (eu adoro!)

GENGIBRE: afrodisíaco e trata gripe, dor de garganta e má digestão. Ajuda a aliviar amigdalite, gripes, resfriados, gases, cólicas e dores musculares. Mas é bom lembrar: não é indicado para mulheres com menos de três meses de gravidez.

HORTELÃ: chamado também de SUPER CHÁ. Sabe aquela planta que é bom pra tudo?! Pois é, na dúvida: hortelã! Você nunca erra. Só ele tem, ao mesmo tempo, uma analgésica (desde dores de cabeça à cólicas severas de intestino, fígado e rins. Além disso, seu sumo, embebido em algodão pode melhorar as dores de dentes!), calmante, cardíaca (o suco de hortelã é excelente para aqueles que sofrem de problemas cardíacos, ajudando, inclusive, na redução dos níveis de colesterol), respiratória (os xaropes, feitos a base de hortelã, favorecem a expectoração, sendo fundamentais no tratamento de tosses e outros problemas de garganta), digestiva, sanguínea e até cosmética (usado em sabonetes e cremes hidrantes; pois ajuda na limpeza da pele e no trato de cravos e espinhas). Isso sem esquecer da sua ação como vermífugo natural (espantando até formiga… Basta espalhar a hortelã seca ao longo do caminho feito pelas formigas ou ainda perto de portas e janelas) e para aliviar a coceiras oriundas de picadas de insetos (basta amassar as folhas e aplicar o emplasto sobre as picadas).

LOURO: excelente para digestões difíceis ou pesadas (sabe aquela depois de uma feijoada? rsrs). Também é ótimo para cólicas e regulador do ciclo menstrual. Anti-reumático e anti-inflamatório muito eficaz, aplicado externamente, sobre a pele, o óleo de loureiro ou o bálsamo anti-reumático que se prepara com as folhas de louro, dá pra ser usados em fricções para aliviar os torcicolos, lombalgias, entorses dos tornozelos e outras dores osteomusculares (de ossos e músculos).

MANJERICÃO: meu amante na cozinha. Fresquinho então… Hummm, irresistível! Uma dermatologista, certa vez me disse que está planta é uma dos melhores aliados para um bronzeado saudável (chazinho, não ferventado, num burrifador), sabiam dessa? Além do cheiro bom é bem refrescante. Estimula o fígado e ajuda a combater insônia e dores menstruais. Os antigos o chamavam de um poderoso tônico do organismo e desinfectante digestivo. Vai super bem em massas e molhos. Também utilizado para aliviar dores de cabeça de origem nervosa, inflamações dos brônquios (inalação), vertigens, perdas de memórias e depressão. Além de ajudar a regulariza o ciclo menstrual.

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MATE: quem não sabe que a erva-mate possui uma grande quantidade de cafeína, sendo por isso, um ótimo estimulante? Dizem que também com até a depressão e ajuda nas dietas de redução de peso. Rico em vitaminas do alfabeto, rs (A, B, C, D e E) e em sais minerais como cálcio, magnésio, sódio, ferro e substâncias antioxidantes, que é o que teoricamente retarda o envelhecimento do organismo. Só atenção com o excesso!! O consumo excessivo, por conta da cafeína, pode causar nervosismo, irritabilidade, insônia, gastrite e até dependência.

PIMENTA: acredite se quiser, a pimenta – de qualquer espécie – é analgésica, antibiótica e anti-inflamatória. Em quantidades adequadas, regula o colesterol, reduz risco de infarto, alivia dores de cabeça e ajuda no tratamento da rinite alérgica (eu bem que sei!). Mas pra falar a verdade, eu não sou fã de nada picante. Nem pimenta-do-reino, para vocês terem uma ideia. Porém, uso moderadamente a pimenta branca.

SALSA: é diurética, ajuda , no funcionamento dos rins e combate vários tipo de doenças do coração. Cuidado grávidas! Porque a salsa pode provocar sangramentos.

Nossa, já me estendi além do que tinha me proposto!! É que o assunto é vasto e rende muuuuito papo. Vou retomando aos poucos. Dúvidas, sugestões e qualquer tipo de observação, por favor, enriqueçam nossaa publicação com seus comentários!!! Abaixo, alguns links “bacaninhas”:

Aprenda a cultivar temperos em casa
http://www.unimed.coop.br/pct/index.jsp?cd_canal=46078&cd_secao=46052&cd_materia=55473

Comunidade no Facebook (Ervas e Plantas)
https://www.facebook.com/ErvasEPlantas/

Ervas que curam (Documentário)
http://m.youtube.com/watch?v=mrHVbYed2Ow

Plantas e ervas medicinais
http://www.plantaseervasmedicinais.com/

Plantas que curam
http://www.plantasquecuram.com.br/

Pra encerrar, gostaria de destacar uma bela fala do Terence Mackenna, um dos mais importantes estudioso de plantas da América:

“A natureza não é nossa inimiga, para ser estuprada e conquistada. A natureza somos nós, para ser investigada e tratada com carinho”.

PS: fico devendo o Boldo. Subo nos comentários….


Um pouco de Hécate Mãe

20140519-151631-54991979.jpgQuem lembra daquele post que escrevi tratando um pouco sobe “Hécate Donzela”, em 22/nov/2012. Pois é, lá eu pincelei uma série de considerações a cerca desse culto tão imenso e complicado.

No post, parti do pressuposto que Hécate é uma deusa muito antiga, muito vasta, muito singular mesmo, em todos os sincretismos e associações possíveis de se fazer. Sobre a régis, aliás, de toda e qualquer cultura……

Muitos são os costumes e tradições de culto a uma deusa tríplice, com essas faces de donzelas, mães e anciãs. E, de todas elas, é possível identificar elementos peculiares, características essenciais a todas elas, que denominei de a tríplice face do Limite (donzela), do Foco (mãe) e do Desapego (anciã), respectivamente.

No 2º domingo de maio, como o de costume no Brasil, foi Dia das mães!! E convenientemente, este ano estávamos na lua cheia. Sou mãe há 2 anos e acho que enfim tenho mais condições de pincelar algumas considerações sobre essa face materna de Hécate.

Dizia eu que, quando as donzelas conseguem até aqui chegar, no ápice de seus limites, aí Elas transitam… Pegam seus molhos de chaves e deixam – finalmente – de olhar a sua esquerda, (lado onde mora seu coração e ímpetos, instintos) para, enfim, entrar em sua face mãe… E para frente olhar…focar

Foco é uma coisa engraçada. Ao mesmo tempo que foco quer dizer “ponto de convergência ou donde saem emanações (centro)”; foco também pode ser associado a um “candeeiro que concentra a luz num feixe estreito e que se pode orientar em várias direções”.

Quem tem um filho (homens e mulheres), inevitavelmente, mais ou menos, acaba se percebendo em uma profunda revolução pessoal. TU-DO, absolutamente T-U-D-O gira em torno desse novo foco: um filho, uma nova vida. As preocupações e provisões profissionais, familiares, domésticas, religiosas, particulares e sociais convergem ao mesmo centro: a vida com a chegada desse novo ser. O centro de todas as atenções.

Mas, melhor que essa definição, nos domínios de Hécate Mãe, acho mais interessante a figura do candeeiro. Aquele que concentra a luz num feixe estreito e que se pode orientar em várias direções. À luz de suas tochas, que são acesas no combustível que achamos nas partes mais ocultas de nossos espíritos, ajuda no trilhar de suas encruzilhadas. Com cães como companhia e a única certeza de que é através de seus caminhos, que voltaremos melhores do que ao sair de nossos lares em direção ao desconhecido.

E, lembrando do mito da criança da promessa, o filho da Luz, o ser mãe em Hécate é concentrar todo tipo de Know-How, habilidades, conhecimentos (ao lado de todos os medos, anseios, medos, inseguranças e pânicos!) a serviço de um único foco: o dar a luz!! Muitas são as direções que as mães se apoiam nessa árdua tarefa de transformação e dor/amor. É a entrega nua e crua de tudo o que já foi seu um dia para agora ser de outro.

Como Hécate Phosphorus (‘portadora da luz’) ou Hécate Dadouchos (‘portadora da tocha’), ser mãe em seus domínios significa se desnudar de absolutamente tudo que um dia já lhe serviu tão bem. É preciso se deixar esfolar de toda zona de conforto, deixar escorrer todo ardor do erro, de nunca mais ter certeza de nada. E ser genuinamente suscetível a anulação, a crítica, a severidade do incerto, do imponderável.

 

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Só quando as mães conseguem se flambar de todo calor, de toda luz que é colocar e criar um filho no mundo, é que Elas transitam… Pegam suas tochas e deixam – finalmente – de olhar só a frente de si mesmas, para enfim entrar em sua face anciã… E começar a olhar para traz… desapegar…

Mas aí, a última parte dessa história, fica para o próximo post. Abraços!

 


Um pouco de Hécate Donzela

Resolvi falar um pouco mais sobre Hécate e esse culto tão imenso e complicado.
Principalmente porque estou cozinhando suas palavras desde segunda-feira, um dia que sempre me leva a coisas dela… E, não obstante, por conta da proximidade com sua lua nova, Lua Negra, Lua de Hécate!

Sei que estou falando aqui sobre uma Deusa muito antiga, muito vasta, muito singular mesmo, em todos os possíveis sincretismos e associações possíveis de se fazer. Sobre a régis, aliás, de toda e qualquer cultura…… Mas, da minha parte, o que eu identifico, são efetivamente algumas características essenciais a todas elas, que não só podem ser identificadas como da mesma identidade, sob o seu véu: a tríplice face do Limite, do Foco e do Desapego, respectivamente.

Primeiro porque Ela é uma Deusa que te leva ao limite mesmo. Irremediavelmente… indiscutivelmente…

E isso – agora que eu entendi – é uma coisa fácil de explicar. Em sua face donzela, tudo é vasto demais. Tudo tem a mesma graça e a mesma forma que os nossos sonhos. E os olhos parecem só enxergar plenitude. Achamos que já sabemos tudo, entendemos tudo e temos uns zilhões de idéias sobre os caminhos da humanidade. Dançamos métodos novos e as melhores formas de encaminhar a tudo e a todos. O céu não é o limite! E o que importa mesmo é deixar as expectativas e as emoções ao alcance do infinito. Ir até onde se acha que dá para chegar… (e sim, sempre dá para chegar um tantinho mais pra lá), antes do legítimo e merecido momento de se fartar. Quase como, depois das tempestades, a bonança, sabem? Como se todo o oceano de possibilidades fossem realmente necessários e precisos, até poder – finalmente – abraçar o colo doce do horizonte…

Pois é… tudo isso porque… nada verdade, sem isso, não passamos por todas as portas!
E sem passar por elas, não tem como adquirirmos todas as chaves. Logo, como dominar o reino dos portais adimensionais, entre os tempos e os mundos, sem conquistar todas as fronteiras, sem vencer todos os limites? Sim, o domínio das chaves é – por excelência – das donzelas. O que me faz lembrar daquele epíteto de Hécate, mantenedora das chaves.

Só que o todo é feito de partes, e para cada parte, há seu respectivo encaixe no todo. E, nesse caso, só se conhece os verdadeiros limites, de fato, se “chegar-se” até eles em absoluta exaustão. E é justamente nesse sentido, que as donzelas são especialistas. Porque de fato, elas só têm a elas mesmas para perder, não é?? Qual a dificuldade, então, de comprometer a própria dignidade, de se estender em tanta permissividades, em nome e pelo o que acreditam?? Nossa!!! Para alcançar seus verdadeiros objetos de desejos, Elas são capazes de tudo… até de se perderem delas mesmas, se assim precisar. E nessas, claro, se esgotarem ao limite do profundo!!

Só no esgotamento, quando a última gota de suor sorveu todo o cansaço das suas entranhas, que é possível ficar vazia, sozinha… Só com a gente mesma! Quando nada mais haverá para se explorar e a única saída for exatamente àquela primeira, por onde se entrou. Sua essência, sua natureza e sua forma primordial.

Quando as donzelas conseguem até aqui chegar, aí Elas transitam…
Pegam seus molhos de chaves e deixam – finalmente – de olhar a sua esquerda, (lado onde mora seu coração) para, enfim, entrar em sua face mãe… E para frente olhar…focar…

Mas aí, é outro post, que eu prometo continuar outro dia…


Lararium, lareira e lares

A primeira coisa que me vem a cabeça quando penso em Stregheria Italiana é justamente na ancestralidade. Nas antigas lareiras que simbolizavam o clã. Ponto focal da vida pagã. Onde as famílias passavam um longo tempo em torno dela (AVE HÉSTIA). Daí penso no lar em si e nos espíritos ancestrais que protegem e preservam as nossas linhagens familiares. O lar é a ponte que nos liga a eles. Mas não a casa física…. e sim o lar como sentimento de estar em casa, com aqueles que amamos.

Dai vieram os Larariuns, aquele cantinho onde reunimos elementos dos nossos ancestrais para prestar-lhes culto. Andei pesquisando umas coisinhas bacanudas sobre a sistematização de um Lararium… E uma delas que eu achei que pode ser um bom ponto de partida foi um dos legados mais automáticos que todos nós carregamos conosco, dos nossos antepassados e que, nem sempre nos damos conta da força que ele tem: OS SOBRENOMES!

Eu sei que houve um tempo que seu sobrenome dizia muito mais sobre você do que sua própria personalidade, sentimentos e opiniões. Também não penso que seja pra tanto!  Apenas achei que pesquisar sobre essa oficialização do meu “ser da família”, seria uma maneira de honrá-los exatamente pelo o que somos.

No meu caso tenho sobrenomes que derivam de nomes de árvores. Porque, como a maioria dos não imigrantes e mestiços brasileiros, descendente dos nossos colonizadores, de duas uma: ou somos descendentes de judeus que, ao chegar no Brasil, adotaram nome de árvores como Cristãos-Novos… ou, temos uma descendência direta de portugueses, já que era costume dar a seus filhos como sobrenome o nome da vila em que nasceram, que geralmente tinham o nome das árvores em abundância no local {que, no meu caso, acredito ser o mais provável}

Quase como se fossse uma descendência portuguesa que conversa muito com a minha natureza cabocla, ou mameluco, que vem da miscigenação da raça branca com a indígena. Assim, gosto de uma linda história que dizia que, em um passado muito remoto, quando as mulheres europeias eram obrigadas a trabalhar no campo para ajudar seus maridos, muitas delas trabalhavam até o ultimo momento de sua gravidez. Assim muitas vinham a ter o filho embaixo de uma árvore, e como homenagem, colocavam como sobrenome o nome da árvore onde pariu. Daí ter tantos sobrenomes de árvores… tanto de origem portuguesa quanto italiana.

Seja como for, esse passeio histórico me fez resgatar algumas coisas das origens dessas duas famílias!
PEREIRA: Sobrenome português classificado como sendo do tipo toponímico, ou seja de origem geográfica, neste caso, onde há pêras ou pereiras. Os primitivos Pereiras estavam ligados à casa de Bragança, em Portugal. A origem mais remota da família provém do conde de Forjaz Bermudez, sobrinho neto de Desidério, o último rei dos longobardos, da Itália. No Brasil, o primeiro Pereira foi o donatário Francisco Pereira Coutinho, assassinado brutalmente pelos índios tupinambás em Itaparica, em 1549.


CARVALHO: Sobrenome de origem portuguesa, classificado como sendo um toponímico, pois também tem origem geográfica Existem registros deste sobrenome em Portugal desde o século XII. Em documentos antigos foi registrado como Carvalio. O primeiro indivíduo que se destacou dos demais através do uso deste nome deve ter sido uma pessoa que residia próximo às famosas serras do Carvalho. A origem mais remota da família foi fundada por D. Bartolomeu Domingues, Concelho de Penacova, pai de D. Soeiro Gomes de Carvalho.

 

Por fim, agora que sou casada, resgato um pouco da ancestralidade que ganhei ao receber do meu esposo sua família:

ALMEIDA:  sobrenome Almeida que está muito espalhado em Portugal, não sendo possível determinar a origem de todos que o usam.Mas é sabido que Almeida é um nome árabe composto de 2 palavras: al = significa o, a, os, as / majíd = significa glorioso
Almajíd, que ao longo do tempo, evoluiu para Almaída, Almaida e Almeida.


Sobre o céu, a terra e o submundo

Da encruzilhada: direita, esquerda e o meio.

Das três faces: donzela, mãe e anciã.

Das três fases: crescente, cheia e miguante.

Das três caras: cão, cavalo e serpente.

A que é mente, corpo e espírito.

Irradia na manhã, tarde e a noite.

A que encerra a morte, a vida e o renascimento

E que estende seus domínios sobre o céu, a terra e o submundo.

No Megalai Ehoiai, além de tudo isso, Hécate é também a mãe de Scylla, o monstro marinho da Odisséia (monstro marinho aterrorizante com seis cabeças de serpente com três fileiras de dentes e um círculo de doze cães ladradores em volta da cintura). E ainda, é quem passou a guardar um lado do estreito de Messina, entre a Sicília e a Itália (lugar que eu sei que um pedaço da minha essência habita por lá). Logo, Hécate também é aquela que caminha entre Deuses, Homens e Monstros!! E que, acima de tudo… encerra em si mesma a unidade do ciclo: nas passagens, na feminilidade, no escuro véu da lua, no instinto, na existência, no dia e na humanidade.

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História antiga da Deusa Hécate

Um pouco da cronologia de Hécate. É bem resumida, mas vale como ponto de partida para estudo e, um tanto, pela percepção visual e sensorial, por conta das imagens e da trilha sonora. Senti que traduz um pouco do que mora embaixo de seu véu. Créditos:  (via #youtube)


Toda bruxa tem uma vassoura em uma das mãos…

(…) e, na outra, muita água, um balde, rodo e sabão!!

Afinal, trabalho magístico, feitiço e ritual é tudo muito lindo, bonito, gostoso… Mas na boa? Não servem DE NADA se não refletirem o concreto, a matéria, o real!

Em todos os meus anos de trabalho com a espiritualidade, mediunidade e bruxaria, confesso que continuo a me perguntar como pode até hoje (com tanto acesso a informação e troca de opiniões), ainda existir quem acredite que é mais importante focar na vibração do astral do que a energia do ambiente material propriamente dito?! Ou pior, quem acha que uma coisa não tem vínculo com a outra e mais! Freqüentemente são aquelas que atribuem toda responsabilidade de seus ofícios ao poder da mentalização, à habilidade intuitiva e moldes grosseiros e antiquados.

Sinceramente… Isso me lastima!

Se há uma coisa que aprendi na Umbanda, como filha de Santo, é que o espaço onde reservamos para a realização dos nossos trabalhos, bem como o nosso corpo e nossas vestes dedicadas ao contato com o plano astral são sempre a fina expressão de um Templo. E, como todo templo, sua condição é sagrada!

E como templo, sua função nobre, muito maior do que podemos imaginar, é o de ser um espaço consagrado às divindades. Nesses locais (que podem ser tanto o ambiente físico quanto corpo material) existem campos eletromagnéticos, criados e estabelecidos pela firme presença de irradiações divinas, que inundam a tudo e a todos com suas essências religiosas, flambadas de fé e mistério. E se devidamente preparadas, são capazes de estabelecer um poderoso portal entre dimensões, um verdadeiro canal de comunicação.

Assim, como tudo e todos somos seres imantados de energia e, portanto, estamos sempre regidos pelas Leis Naturais existente no Universo; não dá para deixar de lado o princípio da afinidade e da polaridade. Ordem que determina as compatibilidades vibracionais existente na matéria, onde “similares se aproximam e distintos se repelem”.

 Se começamos qualquer que seja a dedicação mágico-espiritual, em um local sujo, rodeado por bagunças e coisas fora do lugar… com resto de consumo de outros dias (garrafas, louças e afins)… com móveis empoeirados, o recinto cheirando a mofo ou a umidade… Ou ainda, se entregamos o nosso próprio corpo à prática astral, suados, repleto de impurezas de um dia de trabalho, de excessos e de adversidades… Sem um banho de higiene antes, quiçá uma limpeza espiritual, com banho de ervas, defumação (ainda que com incenso!) ou, ao menos, uma prece, uma oração pura… Com roupas amassadas, machadas, sem nenhum tipo de dedicação ou cuidado… Vem a pergunta: nessas circunstâncias, que tipo de energia estará compatíveis por afinidade?

E ao contrário, se começamos nossas atribuições com a devida limpeza e fluidificação de um local, bem limpo, arejado e iluminado… Se cuidarmos dos acessórios usados com bom senso e organicidade, sem conferir aquele aspecto de bagunça e desordem… Se separarmos o vestuário adequado, passado e aromatizado… E ainda, cuidamos do banho de higiene com o mesmo afinco que o banho de proteção e defesa… Tudo com muita água, sabão, incenso e – às vezes – até sal grosso, ervas e preparados… Com que tipo de deidade vai haver compatibilidade?!

Por essas e outras que eu digo: athame é ótimo, corta as urucas de perto de nós. Caldeirão é excelente para gestar e cozinhas nossos sonhos, nossos desejos. A varinha mágica é uma maravilha para direcionar energia e delimitar círculos. Mas, sinceramente? Uma boa vassoura meeesmo, muita água, balde e sabão são MELHORES ainda para começarmos, antes de tudo, estabelecer o verdadeiro ofício de toda bruxa: o de ter, literalmente, a mão na massa!!

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